5/28/2010

paz

as janelas fechadas, 
persianas baixas sem nesgas de luz,
luzes em sono, 
casa em descongelamento, 
portas trancadas, nada no fogo,
cama vazia, armários em
silêncio, nenhuma energia
transitando, tomadas tapadas,
nenhum aparelho a vista,
tudo em completo imóvel estado;
meus olhos procurando você!

nos flancos do buraco

e lá estavam aqueles buracos no asfalto
torrentes de papeis
sonolentas pisadas na marcha
da motocicleta
um monte de fardas, e punhos e gritos
de dez, de cinco, pó de...
e uma aranha de eletricidade me comia
e shorts ofuscavam os sacos carregados,
bares, guerras tambores Vesúvios
carne salgada cheirando a lua
a cor inútil na lua
lâmpadas que nem tinham ciúme,
rolavam cilindros de sangue,
ameixas de dez a um,
sorte por
não
acabar
entrando num banheiro de asfixia.

tínhamos segredos indecifráveis!

Boxe

queria um texto surdo
um texto muro
duro como ferro de murro
tenso
meio de lado
no meio de um cruzado

queria um texto mudo
um texto tronco
dorso voltado pro norte
denso
meio vazio
um grande virado

queria um texto cego
um texto monstro
testa de pedra
lento
meio esquivo
direto no meio da cara

5/20/2010

O Monstro

estava na cama
era escuro
um silêncio maduro me fez despertar
num susto demente
abri meus olhos
e vi um outro eu no espelho

era um monstro
um ser asqueroso
então o olhar se tornou um mistério -
era eu meu amigo,
ou não era mais meu inimigo?

5/11/2010

thundercats














éramos imbatíveis...

sombra

não quero saber do que não pode dar certo
só quero saber daquilo que vir
a ser um abraço aberto
quero mais meu corpo de perto
quero uma parte do céu que se parte no eterno

e viver só um instante de inverno.