8/24/2011

tramas da rede azul
enroscam
nos pentelhos do cu


tremenda ressaca
o copo
respira cheio de ar


a vaca lambe o rabo

devido ao tour...

meus
leitores
posso
não...

suando
um certo sangue
mordendo uma certa carne

retorno ao anoitecer.

8/16/2011

a escrivaninha

os livros empilhados
um certo pó de passado sobre as folhas escritas
pontas de lápis dançando aos pés das canetas
envelopes de segredos numéricos
o tampo negro opaco liso
um feixe de luz solar que bate no aparelho
fios em completa confusão
recados que não tem mais o que dizer

e na beirada frontal do tampo
tua boceta úmida e aberta...




8/09/2011

hoje sou mais estranho que amanhã
a nuvem de fuligem preta
dança dança dança
por sobre o ar quente do fim de tarde
pousa pousa pousa
no rosto da criança feia
suja suja suja
as estradas de poeira
cheira cheira cheira
a folhas de preto carvão

e a lua bate nas canas que esperam virar pinga

repousa em mim
tua boca em beijo
flor doce de jasmim

8/01/2011

?

o que fazer quando não se pertence mais ao lugar que nasceu
perguntando-se se ali reside um reflexo que deixou de ser seu

a planta que se nega a dar flor
e o canto do pássaro que desafina em desamor

oceanos ainda são um certo caminho
por alguns instantes
me perdi nos sonhos dessa
estranha noite fria
mas logo retornei ao teu colo
em forma de nuvens