1/28/2015

vielas e janelas
espreitam o sol
que reluz nas panelas
varanda alaranjada
um labirinto nos olhos
da namorada
amor de cidade na veia
becos e vielas
os batimentos das ruelas
nas tuas coxas me perco
um entrelaçado de sonhos
suor e pele em vento de popa
teus seios descansam
em minhas pálpebras
meus olhos te respiram
no silêncio do nosso olhar
existe uma canção
doce e azul, como o mar
ser um animal apenas
viver com pouco
bem longe das antenas
no labirinto da cidade
prazer em perder-se
pra depois se encontrar
a ponte se abre
duas gaivotas
na borda do precipício