E foi assim que cheguei a uma conclusão, muito minha, muito de todos:
Sempre que me vejo numa situação insustentável (desde um lugar horrível pra se viver até uma incompatibilidade de gênios) a única solução é uma paixão repentina e inconseqüente pra me salvar.
Depois de vinte anos experimentando a mesma saída o saldo são três filhos e uma panelada de corações feridos e fagulhas farpudas. E a obvia conclusão de que não dá certo mesmo. Experimentei todas as variações do gênero e posso garantir que talvez meu egoísmo e minha bipolaridade não me tenham permitido firmar bandeira em nenhuma das ocasiões.
A pergunta então é o que fazer de agora em diante. Ser vegan e participar de terapias coletivas? Parar de beber e pensar na possibilidade de deus? Atravessar sinais vermelhos? Participar da histeria do entretenimento e vestir branco pra sempre? Acumular e mentir?
Não fica claro tão rápido, quando chegamos a uma conclusão certa, como sair da roda gigante. Escrever é um começo, comer menos talvez o seguinte passo. Olhar o mundo, os outros e não ser visto - besteira! Fugir pro sossego é para quem teve berço. Eu sou daqueles que janta o almoço.
A paz. Sair das ciladas sem mesmo ter entrado. Quem sabe agora, com as rugas dominando a maior parte do meu olhar eu possa dar um peteleco na próxima mariposa negra.
Demorou. E agora?
ResponderExcluirEsquecimento
ResponderExcluirEsse de quem eu era e era meu,
Que foi um sonho e foi realidade,
Que me vestiu a alma de saudade,
Para sempre de mim desapareceu.
Tudo em meu redor então escureceu,
E foi longínqua toda a claridade!
Ceguei... tacteio sombras... que ansiedade!
Apalpo cinzas porque tudo ardeu!
Descem em mim poentes de Novembro...
A sombra dos meus olhos, a escurecer...
Veste de roxo e negro os crisantemos...
E desse que era meu já me não lembro...
Ah! a doce agonia de esquecer
A lembrar doidamente o que esquecemos!...
"E agora?" Um cético pergunta. Agora veja o ciclo se quebrar. Nota que nem tudo são flores, mas o nosso destino à tempos já é um só. Não somos os mesmos, mas te quero como nunca; É bom "lembrar doidamente o que esquecemos!"