8/25/2010

Impressões (reconhecimento)

Logo que cheguei na cidade percebi a diferença nos olhares. Na grande cidade, previsíveis e diretos, aqui furtivos, estrábicos, tímido-falsos, carregados de nebulosa malícia. As pessoas cofres que aparentam inocente felicidade e calma, revelam-se em calculadas esguelhas que, para o leitor de manchetes, desfilam imperceptíveis. E o que mora lá dentro daqueles olhos? Quem vive lá? Nesta cidade ainda mistério preciso saber de quem se trata. Conhecer os avisos de pálpebras para desviar de futuras cegueiras, de tombos bananas e de pisadas na merda. Tarefa diária é decodificar as agruras de um meio tão turvo construído em céu límpido e aparente cristalino.

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