1/09/2012

trinta e oito engatilhado

e a vida deu umas voltas de arame farpado no teu pescoço
que o sangue agora se mistura com a cana na goela
e uma certa lama encobre os bicos dos sapatos
como se o palhaço fosse sempre você no chap chap do salto gasto
e um monte de rios novos começaram a descer pela tua cara
vários corginhos que saem lá das maças superiores e descem na sombra da napa
e umas marcas de sol também pintanejam a fronte meio escuro branca
numa maneira de sim você embica os nãos diários
um monte de pertences que nem fazem mais cócegas lá pelos cômodos
santos misturados pra ver se ajudam no feijão
e trezentas vezes por ano aquelas duas sentadas no vaso diárias te pagam os truques
peitos do weekend só no leitinho de cabra
brindes de cristal é um tempo antigo e cavernoso, distante 3 mil
agora o bafo da tarde lambe a cacunda cheia de pelos engruvinhados
sem chefe nem marias pra correr a correria, duas da tarde lá no sol
os cacos de joelho raspam na banha da velha sentada no vime surrado
benzer-se não faz mais efeito na ardência do santo ao contrário
pó de coloral na ponta do pau pra dar saúde e parar o arrefecimento
hoje acaba ainda e não sabe de um amanhã, mesmo que por pouco.

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