9/17/2013

umedeceu. pó e cheiro de granja se foram, assim como a fuligem da cana e seus invisíveis carvões. a terra está de boca aberta, a garganta em fenda e cova restaura. árvores somos nós nas folhas enlameadas e o som dos pingos na calha, que dilúvio de sono. um dia após dizer adeus a cidade do câncer me revitalizo numa desordem úmida, nem lágrimas disfarçariam o prazer de me ver distante daquele lugar castigado. no pó residem os seres das rugas, na água eu que ainda me sou liso. a espera pelo oceano de ondas e ventos dança e me acorda de um sonho seco. em breve o gelo e o cinza serão minha paisagem d'alma.

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